Extensão

Esta página lista os projetos de extensão realizados por membros da equipe do Laboratório.

Fonética forense: contextos e práticas

Período de realização:  17/05 a 09/08 de 2023

Inscrições de participantes: 12/04 a 05/05 de 2023 por meio do link.

Vagas oferecidas: 20

Proponentes: Pablo Arantes (DL e PPGL/UFSCar) e Renata Passetti (PPGL/UFSCar)

Resumo

A fonética forense é uma área do conhecimento de natureza prática, que mobiliza conhecimentos linguísticos e fonéticos em situações nas quais evidências de natureza linguística têm papel probatório em processos judiciais. Um exemplo é a determinação da identidade de um locutor cuja voz aparece em uma gravação que é objeto de processo judicial. É tanto um campo de pesquisa acadêmica como de atuação profissional. Do ponto de vista acadêmico, é um campo ainda pouco explorado nos estudos da linguagem, com relativamente poucos grupos de pesquisa produzindo ativamente na área. Do ponto de vista da prática profissional, o papel de perito forense ainda é pouco ocupado por linguistas de formação e as iniciativas de interação entre a comunidade acadêmica e de praticantes podem ser muito mais sistemáticas do que já são. A atividade consistirá de sete encontros quinzenais, que terão lugar em ambiente virtual. Além da leitura e discussão de um conjunto selecionado de textos, serão também propostas atividades de caráter prático e espaço para troca de experiências entre participantes com backgrounds diferentes (mais acadêmico ou mais atuantes na prática da perícia).

Público-alvo

Membros da comunidade UFSCar, de outras instituições de ensino e da comunidade externa, com diferentes formações acadêmicas, interessados em conhecer o tema da fonética forense. Planejamos atrair pessoas que atuam profissionalmente no campo da perícia forense que queiram refletir sobre sua prática e dividir conhecimentos e experiências com um público diverso.

Descrição dos encontros

A atividade será organizada em torno de sete encontros remotos que acontecerão quinzenalmente.

Encontro 1 (17/05)
Tema: Introdução geral ao campo.
Eriksson (2005/2014), Jessen 2008

Seção "Como eu faço": prevalência das tarefas no cotidiano de trabalho.
Sugestão de leitura GFROERER (2003)

Encontro 2 (31/05)

Tema: Análise auditiva de amostras de fala

Leitura: Eriksson (2011, p. 44-48), Dellwo et a. (2007), Rose (2002, cap. 2 e 9)

Seção “Como eu faço”: perito convidado fala sobre suas práticas de análise auditiva de amostras de fala

Encontro 3 (14/06)
Leitura: Protocolo GEFF (Grupo de Estudos de Fonética Forense/Unicamp)
Atividade prática: análise de oitiva de amostras de fala selecionadas

Encontro 4 (28/06)
Tema: Análise fonético-acústica

Leitura: Barbosa (2020, cap. 41-48)/protocolo GEFF e Eriksson (2011, p. 48-55)

Seção “Como eu faço”: perito convidado fala sobre suas práticas de análise fonético-acústica de amostras de fala

Encontro 5 (12/07)
Atividade prática: Demonstração de procedimentos de análise fonético-acústica
Leitura: Protocolo GEFF

Encontro 6 (26/07)
Tema: Métodos para expressão de conclusões
Leituras: MORRISON (2010), VALENTE (2012), CHAMPOD; MEUWLY (2000)

Encontro 7 (09/08)
Atividade prática: Proposta de análise de ponderação de pistas sociofonéticas
Leitura: BARBOSA (2020, cap.7)

Encerramento

Leituras indicadas

BARBOSA, P. A. et al. (EDS.). Análise fonético-forense em tarefa de comparação de locutor. 1. ed. Campinas: Millenium Editora, 2020.
CHAMPOD, C.; MEUWLY, D. The inference of identity in forensic speaker recognition. Speech Communication, v. 31, n. 2–3, p. 193–203, 2000.
DELLWO, V.; HUCKVALE, M.; ASHBY, M. How is individuality expressed in voice? An introduction to speech production and description for speaker classification. Em: MÜLLER, C. (Ed.). Speaker Classification I: Fundamentals, Features, and Methods. Berlin: Springer-Verlag, 2007. p. 1–20.
ERIKSSON, A. Tutorial sobre Fonética Forense. ReVEL, v. 12, n. 23, p. 297–322, 2014.
ERIKSSON, A. Aural/acoustic vs. automatic methods in forensic phonetic case work. Em:
NEUSTEIN, A.; PATIL, H. A. (Eds.). Forensic Speaker Recognition: Law Enforcement and Counter-terrorism. [s.l.] Springer, 2011. p. 41–70.
GFROERER, S. Auditory-instrumental forensic speaker recognition. Proceedings of Eurospeech 2003. Anais...2003.
JESSEN, M. Speaker Classification in Forensic Phonetics and Acoustics. Em: MÜLLER, C. (Ed.). Speaker Classification I. Lecture Notes in Computer Science. Berlin, Heidelberg: Springer Berlin Heidelberg, 2007. v. 4343p. 180–204.
JESSEN, M. Forensic Phonetics. Language and Linguistics Compass, v. 2, n. 4, p. 671–711, 2008.
MORRISON, G. S.. Forensic voice comparison. Em: I. FRECKELTON; H. SELBY (Eds.). Expert Evidence. Sydney, Australia: Thomson Reuters, 2010.
NOLAN, F. The Phonetic Bases of Speaker Recognition. Cambridge, UK: Cambridge University Press, 1993.
PASSETTI, R. R.; ARANTES, P. Considerações sobre o ensino da Fonética Forense para estudantes de Letras e Linguística. Estudos Linguísticos (São Paulo. 1978), v. 50, n. 1, p. 357-383, 2021.
PASSETTI, R. R. Fonética Forense. In: Verbetes LBASS. 2022. Disponível em: http://www.letras.ufmg.br/lbass
ROSE, P. Forensic speaker identification. London ; New York: Taylor & Francis, 2002.
SCHULTZ, T. Speaker Characteristics. Em: MÜLLER, C. (Ed.). Speaker Classification I: Fundamentals, Features, and Methods. [s.l.] Springer, 2007. p. 47–74.
VALENTE, C. R. Perspectivas da fonética forense num cenário de quebra do dogma da unicidade. Anais da Conferência Internacional de Ciências Forenses em Multimídia e Segurança Eletrônica. Anais... Em: CONFERÊNCIA INTERNACIONAL DE CIÊNCIAS FORENSES EM MULTIMÍDIA E SEGURANÇA ELETRÔNICA. Brasília: 2012.